Estamos na era pós-moderna, na qual transformação digital e inovações cada vez mais criativas e disruptivas dão o tom e impulsionam o empreendedorismo. Basta observar o número crescente de startups no mundo todo. Somente no Brasil, segundo a base de dados Startup Base, da Associação Brasileira de Startups, existem atualmente 12.948 startups, praticamente o dobro das que existiam em 2017. No entanto, esses mesmos talentos podem atuar em uma empresa, gerando benefícios tanto para a companhia quanto para o colaborador, por meio do fomento do intraempreendedorismo nas empresas.
Neste artigo, vamos explicar o que é o intraempreendedorismo, por que esse conceito é tão importante e como, algumas ações, implantadas em uma cultura de inovação, podem estimular esse comportamento nas equipes.
Qual a importância do intraempreendedorismo?
Para contextualizar o intraempreendedorismo nas empresas, vamos recorrer ao criador do termo, o norte-americano Gifford Pinchot III, que o utilizou no artigo “Intra-Corporate Entrepreneurship”, escrito em conjunto com sua esposa, Elizabeth S. Pinchot, já em 1978. Na época, descrevia o termo como “Sonhadores que agem. Aqueles que assumem a responsabilidade de criar inovações de todos os tipos, dentro de um negócio”.
Atualmente, o conceito já foi revisitado por muitos outros autores, mas a sua essência permanece. Na prática, uma das melhores formas de inovar é identificar, desenvolver, confiar e empoderar as equipes. Uma organização precisa saber como selecionar, gerenciar e criar o ambiente ideal para incentivar seus colaboradores a empreender.
Como aplicar o intraempreendedorismo nas empresas?
Conceito entendido, é hora de colocar a teoria em prática. Abaixo, 5 dicas para promover o intraempreendedorismo nas empresas:
1. Fazer com que os colaboradores se sintam donos do negócio
Muitas empresas tentam engajar seus colaboradores de diversas formas, inclusive com programas de divisão de lucros. Isso, no entanto, não faz com que essas pessoas se sintam impelidas a inovar dentro do negócio. Na prática, as demandas continuam as mesmas: entregas de projetos no prazo, manutenção de clientes, cumprimento de horários.
Para que os colaboradores se sintam donos da empresa e estimulados a empreender, é preciso ser transparente: se os colaboradores da empresa perceberem que as lideranças discutem certos assuntos de “portas fechadas”, o sentimento de pertencimento deixa de existir.
É comum que, em grandes empresas, haja essa cultura de se discutir problemas maiores entre as lideranças para que os colaboradores foquem apenas no lado positivo. Isso, no entanto, não fomenta o intraempreendedorismo nas empresas, e faz com que os colaboradores fiquem alheios aos problemas que eles poderiam ajudar a sanar.
2. Proporcionar mais autonomia e liberdade às pessoas
A autonomia é um dos elementos essenciais para promover o engajamento e o intraempreendedorismo nas empresas. No entanto, é preciso definir o que é esse conceito, começando pelo que ele não é: autonomia não é trabalhar isolado, sem supervisão, fazendo o que bem quiser, sem uma rede de apoio.
Para proporcionar autonomia em uma empresa, é preciso:
- saber que erros podem ser cometidos: uma liderança que somente realiza críticas destrutivas quando ocorrem erros pode estar matando boas iniciativas. Pessoas que trabalham com medo não desenvolvem seus potenciais.
- construir confiança: a autonomia não se conquista sem confiança. Quando o colaborador sente que a empresa confia nele, recebe a mensagem de que está no comando do seu tempo, esforço e recompensa.
- dar ferramentas para a conquista de objetivos: é preciso ter objetivos, que fiquem bem claros para os colaboradores, e que sejam possíveis de se alcançar. Criar metas não tangíveis destrói o conceito de autonomia.
- delegar decisões: talvez a questão mais difícil para as lideranças seja delegar a tomada de decisões aos colaboradores. Essa atitude vem com a construção da confiança, abordada acima, e evolui gradativamente até que não seja mais necessário um aval superior para que o colaborador assuma alguns processos decisórios.
3. Horizontalizar a hierarquia
Todas as pessoas dentro da empresa precisam ser tanto executoras de processos quanto tomadoras de decisões, desde o CEO até o colaborador da linha de frente do serviço. Isso permite que todos sejam donos de suas próprias ações e projetos na empresa, uma prática que incentiva as habilidades necessárias para pensar como o dono da companhia.
Assim, é preciso delegar problemas, e não tarefas para resolver problemas, permitindo que os indivíduos transformem, por si só, esses problemas em tarefas, e aprendam a serem intraempreendedores na prática (o conceito de learning by doing).
Em outras palavras, é preciso criar uma estrutura que não considere o gerenciamento e a execução como ações separadas. À medida que o colaborador cresce dentro da empresa, não será o modo de trabalhar dele que mudará; ele continuará executando ações e tomando decisões; a diferença estará no escopo dessas atividades.
4. Motivar e recompensar os colaboradores
Para fomentar o intraempreendedorismo nas empresas, é preciso motivar e reconhecer as pessoas, destacando seus esforços. Para isso, algumas ações são eficazes:
- levar as sugestões dos colaboradores a sério: não adianta ter uma ferramenta de feedback e querer ouvir os colaboradores se nada do que for sugerido seja implantado. De outra forma, além de as pessoas sentirem que essa ação é apenas uma formalidade e ficarem desmotivadas a proporem mudanças, a empresa pode estar perdendo informações valiosas.
- tornar o reconhecimento público: reconhecer projetos bem-sucedidos na intranet da empresa, por meio de uma carta do presidente ou mesmo uma fala em meio a algum comunicado são ações simples e muito eficazes. Todos gostam de receber elogios, principalmente se for por algo que lhes valeu muito esforço.
- criar programas de incentivo financeiro: quem não gosta de um reconhecimento em “cash”? O famoso programa de participação nos lucros pode continuar existindo, desde que com outras ações que o apoiem. Elencar metas e oferecer um valor extra a quem atingi-las é um grande estímulo ao intraempreendedorismo nas empresas.
5. Investir em processos de inovação e Design de Serviços
O Design de Serviços tem como foco principal a inovação, caminhando lado a lado com a promoção do intraempreendedorismo nas empresas. A HOMA Design de Serviço utiliza ferramentas baseadas nessa abordagem para repensar e projetar serviços mais desejáveis para os funcionários e clientes.
Por meio de workshops, sprints, projetos ágeis e consultorias, nós desenvolvemos uma cultura de inovação dentro das empresas e criamos um ambiente propício para o intraempreendedorismo. Nosso método inclui as etapas de exploração, na qual entendemos profundamente o problema pelo ponto de vista de todos os envolvidos; cocriação, na qual facilitamos a elaboração de soluções por todos; e implementação, na qual testamos e colocamos em prática o que foi decidido em conjunto.
Ficou nítida a importância do fomento ao intraempreendedorismo nas empresas? Quer inovar e fazer seu negócio crescer? Acesse o conteúdo a seguir e saiba como impulsionar a inovação no seu negócio.