Qual a diferença entre produto e serviço? Entenda por que tudo é serviço

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Conceitos
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É provável que você diferencie o que é comercializado em sua empresa entre produto e serviço, certo? Sendo produto um objeto tangível, enquanto serviço está relacionado a algo intangível, como uma consulta médica. Mas será que essa diferença entre produto e serviço existe mesmo?

Bom, há uma lógica que classifica tudo como serviço. E antes que você ache que isso é apenas uma “briga de conceitos” sem importância real para o dia a dia da empresa, convido você a ler o texto abaixo. 

Descubra o que está por trás dessa classificação e como esse entendimento pode ajudar no crescimento do seu negócio. 

Diferença entre produto e serviço: ela realmente existe?

Tradicionalmente, produto e serviço possuem conceitos diferentes. Essa diferenciação ainda encontra razão de existir quando pensamos na legislação e nos impostos que empresas precisam pagar: Imposto Sobre Serviço (ISS), Imposto sobre Produtos Industriais (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), etc. 

De modo geral, um produto é considerado o resultado de um processo concreto de produção de algo ou alguma coisa que seja palpável. Assim, bens duráveis e não duráveis, tradicionalmente são classificados como produtos. Já o serviço é considerado a oferta de algo ou alguma coisa não palpável que atende a uma necessidade de alguém.

Porém, a
lógica do serviço dominante entende que tanto os serviços quanto os produtos, estão relacionados às experiências das pessoas, e que por isso, tudo pode ser considerado serviço.

Vamos pegar o exemplo de uma loja de segurança eletrônica. Ao mesmo tempo em que ela trabalha com a comercialização de produtos, como câmeras e alarmes, ela oferece serviço.  Por quê? Porque a lógica do serviço dominante enxerga que a partir da instalação dessas câmeras e alarmes os clientes também desejam e vivenciam a sensação de maior segurança, alívio diante de uma preocupação com a proteção do patrimônio, etc. 

Quer outro exemplo? Uma loja de roupas. O serviço aqui tem relação com os sentimentos das pessoas em visitar a loja, percepção sobre o atendimento recebido (se foi diferenciado ou não), sensação de quando compram a peça de roupa, assim como a experiência com a marca, qualidade do material em si, e outros aspectos. 

Pense em outros exemplos, aplique a lógica ao que é vendido na sua empresa. Você verá que tudo é serviço e ele sempre pode ser aperfeiçoado. 

O papel do Design de Serviço

A lógica do serviço dominante é relativamente recente. Ela foi proposta nos Estados Unidos, em 2004, por Steven Vargo e Robert Lusch, ambos professores de marketing.

A ideia exposta por eles gira em torno do entendimento de que as pessoas não encontram valor naquilo que compram, mas no uso e na experiência que fazem do que compram. Sendo assim, o valor está na necessidade que é atendida, que é a definição básica de serviço. 

Coloque-se no lugar do seu cliente, geralmente você compra algo pensando no que fará com aquilo, seja uma consultoria ou um objeto. E a depender do impacto que esse uso causa na sua vida, você irá concluir se o investimento valeu a pena ou não.  

É muito comum que as empresas busquem designers de produto para repensar funcionalidades, layout ou características específicas dos objetos que comercializam. Entretanto, a experiência dos clientes vai muito além disso

O acompanhamento dessa experiência nas diferentes interações que as pessoas têm ao se interessar por algo daquela marca, esse olhar global sobre a vivência de uma compra, são objeto de estudo e ação do Design de Serviço

Tendo o novo modelo em mente, substitua o lugar comum do “quero reduzir custos para obter mais lucro” por outros objetivos e questionamentos: “como melhorar a relação com o cliente?”, “como os serviços oferecidos pela minha empresa podem encantar?”, “qual o caminho que meus clientes estão fazendo na busca e aproveitamento dos serviços?”, etc.

Leia mais: UX e Design de Serviço: qual a estratégia ideal para a sua empresa?


Em outras palavras,
é impossível pensar e desenvolver bons produtos sem pensar em tudo que está envolvido na experiência do cliente e prestação de serviço

Assim, quando você começar a cogitar ações para o seu negócio, como o lançamento de uma novidade, saiba que existem empresas e análises específicas que podem ser feitas para embasar as mudanças e entregar o que é esperado pelo seu público

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Foto criado por pch.vector – br.freepik.com

Maria Fernanda Belatto

Business Administrator, graduate of the State University of Santa Catarina and École Supérieure de Commerce Clermont. Specialist in People Management with certification in Service Design from Livework and Product Strategy from Kellogg School of Management. Master's student in Innovation Management, Entrepreneurship, and Sustainability at the Technische Universität Berlin.

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