Open Innovation: como a inovação aberta pode transformar o seu negócio

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Não importa o quão grande e robusta seja a sua empresa, dificilmente a inovação dos processos, tecnologias, produtos e serviços irá acontecer de forma isolada ou apenas a partir de uma pessoa na equipe. A inovação aberta ou Open Innovation, conceito criado há mais de 20 anos, propõe justamente que a inovação surge a partir das trocas internas e externas das organizações. A maioria das empresas já sabe e pratica isso em algum nível. Mas para aproveitar ao máximo o conceito e acelerar a inovação, é possível adotar outras práticas e modelos.

Neste artigo, vamos explicar como aplicar a inovação aberta, envolver os clientes, colaboradores, comunidades e demais stakeholders para impulsionar o desenvolvimento de soluções inovadoras para o seu negócio. Confira!

O que é Open Innovation?

O conceito de inovação aberta surgiu em 2003, a partir da publicação do livro  Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology (Inovação aberta: como criar e lucrar com tecnologia, em português), do então, professor e diretor-executivo no Centro de Inovação Aberta da Universidade de Berkeley, Henry Chesbrough.

A inovação aberta visa ampliar as possibilidades de inovação nas organizações por meio da colaboração entre diferentes atores. Em vez de esperar que as soluções surjam de forma orgânica dentro da empresa (o que pode levar muitos anos) ou considerar que apenas as ideias internas têm valor, a inovação aberta propõe um modelo onde as organizações aproveitam conhecimentos e recursos externos para resolver desafios, desenvolver novos produtos e melhorar processos.

Isso significa integrar ideias de clientes, fornecedores, startups, universidades e até mesmo concorrentes, criando um ecossistema de colaboração e cocriação. Ao mesmo tempo, as empresas também podem compartilhar suas próprias inovações com outros mercados, seja licenciando tecnologias ou criando novos modelos de negócio. Esse modelo promove um ciclo contínuo de aprendizado, troca de ideias e resultados mais rápidos.

Com a Open Innovation, as barreiras entre o “dentro” e o “fora” da organização tornam-se menos rígidas, permitindo que o negócio se adapte com maior agilidade às demandas do mercado e ganhe vantagem competitiva ao explorar oportunidades que, sozinha, talvez não conseguisse alcançar.

open innovation

Vantagens da inovação aberta para os negócios

Empresas que adotam a inovação aberta entendem que boas ideias podem vir de qualquer lugar. Não é mais sobre controlar todo o processo, mas sobre criar uma rede de colaboração. Isso traz vantagens que impactam diretamente os negócios:

1. Aceleração do desenvolvimento de produtos

Com inovação aberta, sua empresa pode aproveitar ideias externas que já estão em estágio avançado. Isso encurta o caminho até o lançamento de novos produtos e serviços, deixando você um passo à frente no mercado.

2. Redução de custos 

Investir em pesquisa e desenvolvimento é caro. Ao colaborar com outras organizações, você divide custos e riscos, ganhando acesso a soluções prontas ou em desenvolvimento.

3. Parcerias estratégicas para negócios 

O trabalho conjunto permite desenvolver projetos inovadores com diferentes instituições, empresas e profissionais. É o caso de desenvolvimento de produtos a partir da colaboração entre marcas, além de trocas e aprendizados contínuos.

4. Diversidade de ideias

Empresas que apostam na Open Innovation se conectam a startups, centros de pesquisa, líderes de mercado, ONGs e profissionais de diferentes áreas. Essas parcerias ampliam a diversidade de ideias e pensamentos, promovendo a criatividade e desenvolvimento de soluções inovadoras. 

5. Maior agilidade na transformação digital

A troca de informações e a construção colaborativa entre diferentes atores, impulsiona a adoção de novas tecnologias e ferramentas para os negócios. Em vez de realizar cursos de longa duração, por exemplo, os profissionais podem aprender na prática como aplicar determinadas soluções, conhecer cases de sucessos e desenvolver protótipos para o negócio.

Modelos de Open Innovation

Para impulsionar o desenvolvimento de novas soluções, melhorias nos serviços e produtos, as empresas podem utilizar diferentes processos e recursos que visam incentivar a colaboração e troca de informações com os clientes, comunidade e diferentes stakeholders. Conheça algumas dessas possibilidades a seguir:

  • pesquisas com clientes e comunidade: mais do que disponibilizar uma caixa de feedbacks ou sugestões, a partir da visão de inovação aberta, as empresas podem envolver os clientes e demais stakeholders no desenvolvimento de novos serviços e soluções para problemas. Isso pode ocorrer a partir de desafios com recompensas, pesquisas aprofundadas de mercado, entrevistas e dinâmicas com testes e avaliação dos produtos.

    Além disso, as pesquisas também podem ser direcionadas para entender melhor os desafios e necessidades dos clientes ao longo de sua jornada. Ferramentas como o Blueprint de Serviço, permitem identificar os pontos de contato, dores e oportunidades para inovação. O mesmo vale para as análises de mercado e demais stakeholders. Ao realizar estudos de mercado, as empresas podem identificar novas tendências e possibilidades para inovação. 

  • parcerias entre startups e empresas: a troca de conhecimentos entre empresas tradicionais e startups combina o melhor dos dois mundos: a estrutura e experiência corporativa com a agilidade e criatividade das empresas emergentes. Programas de aceleração, incubadoras e coworkings colaborativos são alguns dos modelos mais comuns para facilitar essas interações.

    Startups podem ajudar a resolver problemas específicos, enquanto as empresas com mais experiência podem oferecer infraestrutura, acesso a mercados, recursos financeiros e troca de conhecimentos. Essa sinergia cria um ambiente fértil para inovação, reduzindo custos e tempo de desenvolvimento de novas ideias.

  • participação em eventos de inovação e hackathons: eventos de inovação, como hackathons, feiras, summits e outros formatos, são excelentes oportunidades para empresas interagirem com especialistas, técnicos, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas. Esses encontros permitem a troca genuína de informações, além de possibilitar a criação de protótipos rápidos e o desenvolvimento de soluções em um curto período.

    A participação nesses eventos também reforça a imagem da empresa como inovadora e aberta a novas ideias, ao mesmo tempo, em que cria oportunidades para identificar talentos e tendências no mercado.

  • incentivo ao intraempreendedorismo: o estímulo ao desenvolvimento de ideias, projetos e soluções próprias pelos colaboradores na empresa é um dos caminhos mais eficazes para promover a inovação. Por estarem imersos no dia a dia do negócio, os colaboradores possuem uma visão privilegiada dos desafios e das oportunidades de melhoria.

    Para aproveitar essas ideias, as organizações devem criar canais de escuta ativa e valorizar sugestões internas, seja por meio de programas de ideias, projetos de cocriação e ainda, a criação de um ambiente de trabalho que encoraje a experimentação e a criatividade.

    Entenda melhor como promover o intraempreendedorismo na sua empresa.

  • criação de laboratórios de cocriação: laboratórios de cocriação são espaços projetados para facilitar a interação entre a empresa e seus stakeholders — sejam clientes, startups, universidades ou fornecedores. Esses laboratórios funcionam como hubs criativos onde as partes envolvidas podem colaborar no desenvolvimento de ideias, protótipos e soluções.

    Esses ambientes, físicos ou digitais, permitem o uso de metodologias ágeis, como design thinking e sprints, para gerar insights rápidos e resultados tangíveis. Além disso, esses espaços ajudam a fortalecer o vínculo com parceiros externos, criando um ecossistema de inovação contínua.

Por onde começar?

Para impulsionar a inovação na sua organização, existem diferentes caminhos e modelos, por isso recomendamos alguns passos a seguir:

  • Defina um problema ou desafio trabalhado: diante de tantas tecnologias, ferramentas e possibilidades, é preciso ter foco e definir os objetivos para a troca e trabalho conjunto com outros atores.


  • Escolha o formato de inovação aberta adequado para o seu negócio: nem todas as empresas conseguem participar ativamente de ecossistemas de inovação ou eventos recorrentes. Muitas vezes a abertura para inovação pode começar com pesquisas com clientes, desafios lançados para o público e análise do mercado. Mas, é claro, se a sua empresa tem a possibilidade de realizar trocas e parcerias com outras organizações, vale a pena investir. 


  • Defina as regras: para garantir o sucesso das soluções e ideias desenvolvidas em conjunto, é fundamental definir as diretrizes sobre propriedade intelectual, usos das soluções e outros detalhes.

    Por exemplo: em pesquisas abertas, é necessário deixar claro para os clientes de que forma as informações serão utilizadas. Caso uma sugestão de melhoria do serviço seja realizada, o cliente receberá algo?


  • Procure bons parceiros: sem dúvidas, esse é um dos aspectos mais importantes para guiar os processos de inovação aberta. Busque espaços que promovam eventos, discussões e trocas entre diferentes atores e fomentem o desenvolvimento de novas soluções e serviços. Outra possibilidade é a busca de mentores, consultorias e mediadores que conectem a sua organização com outras empresas e instituições.

    Lembre-se: a chave para inovação aberta é a colaboração.
Nos projetos realizados pela HOMA, trabalhamos diretamente com o modelo de inovação aberta em colaboração com clientes e demais stakeholders dos nossos clientes, buscando conhecer suas necessidades, opiniões e ideias que possam contribuir com a melhoria dos serviços.

Um exemplo super bacana é do projeto da Solvay, companhia global, referência na indústria química e que atua no Brasil com a Natura. Junto a HOMA, a companhia desenvolveu um projeto de inovação aberta para repensar produtos para mulheres em transição capilar.

Conheça as etapas e resultados do projeto no case completo. 

Desafios do Open Innovation

Embora a ideia do open innovation apresente inúmeras vantagens como compartilhado ao longo deste conteúdo, existem alguns desafios na inovação aberta que devem ser considerados pelas empresas:

Mudança de cultura organizacional

Mudar os processos de inovação fechada para aberta, ainda que seja a partir do intraempreendedorismo, exige uma mudança de valores e mentalidade das lideranças da organização. Afinal, se internamente há um pensamento mais conservador, que valoriza apenas as soluções desenvolvidas pela empresa e que, ao mesmo tempo, não dá abertura para colaboração e trocas entre os times, dificilmente a inovação terá espaço na organização. 

O mesmo vale para o compartilhamento de informações e soluções da empresa com o mercado, eventos e outras instituições. Se a empresa deixa guardado seus projetos na gaveta, as chances de perder uma oportunidade de inovação, e construir algo ainda maior, são enormes.

Propriedade intelectual

Outro desafio que deve ser considerado ao buscar inovações externas, e principalmente ao realizar parcerias com outras organizações, são os direitos autorais sobre as soluções desenvolvidas. Para evitar problemas, é fundamental estabelecer regras para o projeto no início da parceria, com transparência sobre o uso das informações compartilhadas, objetivos, aplicações e propriedade das ideias desenvolvidas.

Nesse sentido também é importante considerar o setor de atuação da empresa, o nível de sigilo necessário das informações internas, bem como o uso e proteção de dados dos clientes.

Diante destes desafios, as empresas podem buscar o apoio de consultores externos especialistas em inovação, que podem acompanhar as trocas com clientes e stakeholders, mediar as conversas e dinâmicas, aplicar metodologias de inovação, além de reportar as atividades e resultados para as lideranças das empresas.

Quer saber mais sobre como acelerar a inovação da sua organização? Então, leia o material a seguir e saiba como formar equipes inovadoras e incorporar a inovação na cultura organizacional.

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Bruna Plentz

Mestre em Antropologia na Universidade NOVA de Lisboa com especialização em Temas Contemporâneos. Especialista em Service Design pelo Istituto Europeo di Design de Barcelona. Designer graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina e Università degli Studi di Firenze.

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